Vendedora ambulante de trufas se prepara para abrir primeira loja em Ilhéus

Ediane Salles
Ascom/Renata Smith

Prestes a inaugurar, ainda neste primeiro semestre de 2014, a sua primeira loja de bombons de chocolate, a microempreendedora individual Ediane Salles foi uma das expositoras da segunda edição da Feira Criativa do Pontal, que aconteceu entre os dias 1º e 4 de março, em Ilhéus, no Sul do estado. Em um dos toldos instalados na Praça São João Batista, no bairro do Pontal, ela comercializou trufas de diversos sabores e agradou os visitantes do evento. “Sensacional, saboroso demais, a de cacau é perfeita”, elogiou a turista mineira Orlândia Vasconcelos, que passou o período do carnaval na cidade.

Formalizada desde 2010 e decidida sobre o caminho que escolheu para o sucesso, Ediane investiu no negócio. “Queria algo mais, não só ficar nas ruas. A proposta era montar minha própria loja”, revelou. O sonho vai se tornar realidade em junho, com a inauguração da primeira loja em Ilhéus, em um bairro na zona sul do município.

A empreendedora enxergou na produção de trufas uma oportunidade de mudar de vida depois de uma sociedade desfeita. “Deixei um emprego consolidado acreditando na parceria para um negócio, mas a sócia adoeceu e não pôde continuar. Fiquei sem dinheiro e sem trabalho, e tive que buscar uma alternativa para sobreviver”, contou.

Ela aprendeu a receita de trufas assistindo a um programa na televisão. Ao produzir as primeiras unidades, ganhou as ruas. A resposta foi tão positiva, que resolveu mudar para a vizinha cidade de Itabuna para vender os doces de porta em porta. “Fiquei dois anos na informalidade trabalhando nisso. Depois voltei para Ilhéus”, afirmou. Para fazer o projeto avançar ainda mais, Ediane participou de diversos cursos de culinária, qualificando o processo de produção das trufas, que já recebiam elogios dos clientes cada vez mais cativos.

Hoje, ela vende, em média, 40 trufas por dia, mas aceita encomendas. Em períodos especiais, como a Páscoa e o Dia dos Namorados, chega a dobrar a produção. A unidade custa R$ 2. “Agora, nesta feira criativa do Pontal, fiquei ainda mais entusiasmada. Sinto as portas se abrindo cada vez mais para o meu produto”, comemorou.

A Feira Criativa - Cerca de 50 exemplos de empreendedores de sucesso como Ediane expuseram seus produtos na II Feira Criativa do Pontal. Com apoio do Sebrae, uma estrutura de toldos e palco foi armada na Praça São João Batista, a principal do bairro, das 17h às 22h, durante os dias do evento. O período de carnaval ajudou a atrair turistas para a região. A proposta dos organizadores foi apresentar aos ilheenses e visitantes a produção criativa do bairro, e reuniu projetos de dança, poesia, teatro, gastronomia, arte, música e folclore.

O Sebrae patrocinou a estrutura e a prefeitura local entrou com a infraestrutura básica, como iluminação, organização do trânsito e limpeza.“O projeto Pontal Criativo é um exemplo de sucesso, e devemos dar atenção e disseminar suas boas práticas”, elogiou a coordenadora da Unidade Regional do Sebrae Ilhéus, Claudiana Figueiredo.

Projeto audacioso - De acordo com Henrique Abobreira, idealizador do Movimento Pontalense de Cidadania, a realização da feira foi o cumprimento de mais uma etapa de um projeto amplo e audacioso, que visa transformar o bairro do Pontal em Criativo – o primeiro do gênero no interior baiano. A primeira edição da feira foi realizada em dezembro, com a participação de 40 expositores. Para este semestre, no período de 12 a 22 de junho, o bairro realiza outra atividade: o Festival Gastronômico de Ilhéus. De acordo com o Balcão do Empreendedor, o Pontal tem 26 restaurantes e botecos formalizados e mais 10 ainda na condição de informais. O local é um dos points mais procurados nos finais de semana de Ilhéus.

O objetivo do projeto Pontal Criativo é encontrar soluções para os problemas da comunidade, ampliando, entre outros aspectos, as oportunidades de geração de emprego e renda. A iniciativa é dos próprios moradores, com o apoio de entidades locais de referência. Além do Sebrae, que oferece subsídio técnico, a ação conta com a Prefeitura Municipal de Ilhéus, através de suas diversas secretarias. Ainda estão envolvidos o Movimento Pontalense de Cidadania, a Associação de Moradores do Pontal (Amop), o Instituto Nossa Ilhéus e a Casa da Cultura Popular (Casar).